Sábado a tarde, alguns chegando do serviço, alguns tirando um cochilo ou fazendo um programinha light... alguns se preparando para ir para a balada.
Digo sábado por contextualização, porque para quem mora em grandes centros urbanos, como em Sampa, encontra balada de segunda a segunda, para todos os gostos. Não há salário e saúde que agüente! rs
Qual é a magia existente num local fechado, escuro, cheio de luzes ofuscantes, com fumaça, pessoas suadas e nostálgicas, música alta e desconexa, drogas, pessoas estranhas?
Uma vez eu li um livro chamado “Madame Satã”, que fala sobre a casa noturna alternativa, voltada para o público dark, gótico, pós- punk... nele há alguns pensamentos interessantes que afirmam que uma balada seja, talvez, o único local onde as pessoas mostram o que realmente são, seja porque estão num local com padrão escolhido pessoalmente, com o tipo de música e pessoas que o deixam a vontade ou que dividem as mesmas idéias e ideologias.
A idéia é fascinante e me faz (eu que sou uma observadora/ analista quase compulsiva) ficar horas numa balada só prestando atenção nos comportamentos das pessoas e imaginando o porque de cada uma estar ali, sendo que podiam estar com a família ou com alguém especial, ou o porque de levarem seus amigos para aquele lugar com tanta gente desconhecida, ou ainda gostar de estar dentre essas pessoas desconhecidas, muitas vezes bêbados ou drogados... talvez seja uma espécie de fuga da realidade... uma alternativa para esquecer os problemas cotidianos e as amarras que a sociedade impõe, seja comportamental, seja emocional...
Talvez seja uma forma segura e descompromissada de se envolver realmente com as pessoas, sem promessas, sem compromissos, sem cobranças...
Independente do motivo pessoal de cada um, que atire a primeira pedra quem nunca sentiu uma espécie de sentimento libertador em alguma balada na sua vida!
Com certeza vale as emoções, vale as histórias, vale as loucuras!